Em 1514, Aleixo Francisco mandou construir uma capela: a capela de Nossa Senhora da Hora. Estavam, assim, lançadas as sementes para a Festa da Senhora da Hora que, durante séculos, e ainda actualmente, trouxe a esta povoação romeiros de toda a região Norte, tal era, e é, a devoção a Nossa Senhora, que segundo consta aqui terá aparecido.
É, pois, neste lugar, que se foi criando a povoação da Senhora da Hora. Povoação esta que, em 1836, foi elevada a sede do concelho de Bouças e três anos mais tarde a Vila de Bouças.
Assim se manteve com tão importante estatuto até 1853, ano em que foi criada a Vila de Matosinhos, para onde foi transferida a sede do concelho.
Em 1893, perto da já referida capela, foi construída a famosa «Fonte das Sete Bicas», sobre a qual está gravado na pedra: “1893 Aqui apareceu Nossa Senhora da Hora, louvado seja o Santissimo Sacramento”.
A Vila de Bouças volta então a ser o pequeno e simples lugar da Senhora da Hora, não conseguindo sequer ser freguesia.
Face ao aumento da população, à área ocupada e à industrialização do lugar, no diário do Governo n.º 131-I Série-de 14/06/1933, foi publicado o Decreto de Lei n.º 22:677, que criou a Freguesia da Senhora da Hora, do Concelho de Matosinhos, do Distrito do Porto. Para a concretização do processo para a elevação a Freguesia desta povoação, muito contribuiu e se esforçou o membro substituto da primeira Comissão Administrativa desta Junta, senhor Dr. Rogério Paes da Cunha Prelada, médico, muito carinhoso para com os pobres, o qual foi alvo duma singela mas significativa homenagem de reconhecimento, realizada aquando da passagem do 1º Aniversário da referida elevação (14 de Junho de 1934).
Brasão da cidade de Senhora da Hora:
Da autoria do membro do executivo desta Junta, já falecido, Sr. Carlos Alberto da Silva Costa (APU), foi apresentado em 1981 um esboço do desenho do brasão e da bandeira para apreciação o qual, depois de sofrer várias alterações, foi aprovado em 4 de Fevereiro de 1982, tendo sido submetido a ratificação da Assembleia de Freguesia em 29 de Março de 1982, e em 10 de Outubro de 1991, foi solicitado o parecer à Comissão de Heráldica, a qual deu o seu parecer em 6 de Fevereiro de 1995,nos termos da lei nº53/91, de 7 de Agosto, introduzindo-lhe novas alterações, as quais foram executadas pelo Sr. Dr. José Luís Guedes Barreira, residente em Rio Tinto, que anuiu gentil e graciosamente ao nosso pedido.
Em 21 de Fevereiro de 1995, o parecer da Comissão de Heráldica dos Arqueólogos Portugueses foi aprovado pela Junta e em 27 de Abril de 1995 pela Assembleia de Freguesia. Em 20 de Março de 1996, na página 5079, do diário da república – III série -Nº68-, foi publicado o edital que torna público a aprovação definitiva do Brasão, Bandeira e Selo Branco desta Junta de Freguesia.
Significados dos elementos heráldicos:
Brasão: Escudo de prata, chafariz de azul, com alçado com sete bicas dispostas em faixa, donde corre água; em orla, uma grinalda de folhas de planta, de verde. Coroa mural de prata de quatro torres. listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: “SENHORA DA HORA”. O chafariz conhecido pela Fonte das Sete Bicas, constitui o verdadeiro “ex-libris” desta terra sendo local de um antiquíssimo culto aquífero, representando de azul numa alusão à lealdade e nobreza das suas gentes.
Bandeira: Esquartelada de verde e branco. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro. O verde recorda a mancha verdejante de outrora, sendo o esmalte da abundância, da esperança e da liberdade. A prata, de branco por se tratar de tecido, representa o seu subsolo rico em caulinos e granitos, significando a riqueza do trabalho executado e a humildade com que é desenvolvida.
Selo Branco: Circular, com as peças do escudo sem a indicação de cores e metais, tudo envolvido por dois círculos concêntricos, onde corre a legenda: “Junta de Freguesia da Senhora da Hora – Matosinhos”.