A freguesia de S.Mamede de Infesta, aparece documentada nas inquirições de 1258 e no censo de 1527.
A história e o desenvolvimento de S. Mamede de Infesta estão intimamente ligados à situação geográfica da localidade.
Já no tempo da ocupação romana S. Mamede assumia papel de destaque como espaço privilegiado de implantação das infraestruturas de ligação entre o Porto, imediatamente a sul, com outras localidades mais importantes, situadas a Norte.
Data desta época a escolha de S. Mamede de Infesta para a implantação do traçado da via romana que ligava Lisboa à cidade de Braga e respectivo prolongamento até à Serra do Gerês. A Ponte de Pedra, típica construção romana, hoje lugar de destaque em S. Mamede, é apontada como um dos possíveis trajectos dessa via.
Também desde o tempo da ocupação romana, S. Mamede mantinha fortes ligações – decorrentes da respectiva contiguidade territorial com as terras agrícolas da Maia e com o Porto, cidade comercial.
Foi esta crescente implantação e desenvolvimento de vias de comunicação que originou e condicionou, em certa medida, o próprio crescimento demográfico de S. Mamede de Infesta.
Uma outra construção reveladora da importância que as vias de comunicação desde sempre assumiram em S. Mamede de Infesta é a Capela do Lugar do Telheiro. Segundo contos antigos, na viagem de Lisboa para Pádua, Santo António terá pernoitado debaixo de um telheiro, e aí readquirido forças para se recolocar ao caminho. Foi esse telheiro que ganhou nome de Lugar e honras de Capela.
São também várias as referências à importância do rio Leça que atravessa S. Mamede na vida da localidade mamedense ao longo dos séculos. Em 1809, o general Soult, que comandava as tropas francesas na invasão ao Porto, escolheu a margem do rio Leça para instalar as suas tropas, tendo-se albergado no palácio das suas margens, onde engendrou o seu plano invasor.
Anos mais tarde, em 1833, época de outras contendas, um reduto das tropas miguelistas ficou sitiado no Lugar do Telheiro, para cortar a estrada que ligava Porto a Braga.
As potencialidades urbanísticas e a riqueza dos recursos naturais levou a que, tanto no fim do século XIX como nos dois primeiros quartéis do século XX, S. Mamede fosse reconhecida como uma “lindíssima estância” (segundo o jornal Lidador) onde abundavam os passeios de barco, os piqueniques, os bailes de Domingo e as tertúlias que frequentemente lá se desenrolavam.
A actual Cidade de São Mamede de Infesta tem cerca de 25 mil habitantes e 19.900 cidadãos eleitores.
Brasão da cidade de São Mamede de Infesta:
– Escudo de vermelho;
– Um monte cosido de negro sainte de um pé de água de cinco faixetas ondadas de prata e azul;
– Brocante em pala, um cajado e uma caldeira, tudo de ouro, acompanhado em chefe de duas cruzes da Ordem de Malta de prata;
– Coroa mural de prata de cinco torres;
– Listel branco com a legenda a negro: “CIDADE DE S. MAMEDE DE INFESTA.
Significados dos elementos heráldicos:
As cinco torres representam a elevação de S. Mamede de Infesta à categoria de cidade.
As cruzes de Malta fazem a ligação histórica à Ordem de Malta (sediada no antigo Balio de Leça) que na Idade Média possuía as terras do “Couto de Leça” (que incluía a actual S. Mamede de Infesta).
O cajado e a caldeira relembram que esta terra era local de passagem dos peregrinos que se dirigiam a S. Tiago de Compostela.
O monte cosido de negro representa a encosta ou colina existente nesta povoação (daí a conotação com o nome “Infesta”).
As cinco faixetas ondeadas significam as linhas de água que atravessam ou marginalizam esta povoação (Rio Leça, Ribeiro de Picoutos, etc).